A ascensão da mobilidade está fragilizando ainda mais a já precária privacidade on-line. Reportagem do "Wall Street Journal" deste fim de semana revela que aplicativos para iPhone e Android violam dados pessoais dos usuários de smartphones. Ou seja: não importa onde você esteja, o seu celular estará espalhando informações sobre você por aí. E isso é feito por meio de programinhas gratuitos ou baratinhos, divertidos ou úteis, que se passam por inofensivos.
Com a ajuda de um consultor em tecnologia, os repórteres avaliaram o funcionamento de 101 apps , entre os mais populares da App Store e do Android Market, como YouTube, o joguinho-sensação Angry Birds e o fofo Talking Tom Cat. E descobriram o seguinte: 56 desses aplicativos enviaram, sem o consentimento do usuário, o ID único do aparelho a outras empresas; 47 transmitiram dados sobre a localização da pessoa; cinco enviaram para terceiros a idade, o sexo e outras informações pessoais do usuário. Cinquenta e cinco apps não possuem sequer termos de privacidade. ( Veja a lista completa dos aplicativos testados e como eles violam os dados dos usuários )
- Essa descoberta mostra que há um esforço intrusivo de companhias de monitoramento on-line para conseguir dados pessoais dos usuários com objetivo de repassar verdadeiros dossiês sobre eles - escreveu o "Journal".
A versão para iPhone do aplicativo musical Pandora, por exemplo, envia informações a oito trackers - dados sobre a localização a sete deles; o ID único do iPhone a três desses trackers; e informações demográficas a dois. A versão para Android também viola as informações dos usuários.
A violação de tantas informações pessoais não é à toa: elas servem para que os serviços de propaganda on-line saibam cada vez mais sobre os usuários e lhes ofereçam publicidade direcionada. Segundo o "Journal", embora a propaganda em smartphones não corresponda sequer a 5% da receita anual total de US$ 23 bilhões do mercado de publicidade on-line, ela cresce em ritmo vertiginoso.
No teste do "Journal", a Google - dona dos maiores serviços de publicidade e monitoramento on-line, como AdMob, AdSense, Analytics e DoubleClick - é a empresa que mais recebe informações violadas dos usuários: 38 dos 101 apps repassaram informações à gigante de Mountain View.
Aplicativos para iPhone são mais invasivos do que os para Android
Entre os aplicativos testados pelo jornal, os programinhas para iPhone se revelaram mais invasivos do que os da Google. Mas o "Journal" ressalva que o universo de apps testados é muito pequeno para decretar que essa seja a regra para os milhares de aplicativos existentes para as duas plataformas.
Procuradas pelo "Journal", Apple e Google disseram que protegem seus usuários exigindo que os aplicativos peçam permissão antes de transmitir suas informações a terceiros - o que, segundo o jornal, quase nunca é acontece.
A reportagem faz parte de uma série de matérias especiais que o "Wall Street Journal" tem feito sobre privacidade na internet.
Parabéns pelo blob! Muito bem editado!
ResponderExcluirabs