sexta-feira, 17 de junho de 2011

BBC lista cinco regras básicas para evitar problemas no Facebook

Uma britânica que contatou pelo Facebook a ré de um julgamento do qual participava como jurada foi condenada na quinta-feira a oito meses de prisão.

Ela aprendeu sobre os limites do uso das redes sociais da forma mais dura possível. Para o resto dos internautas, a BBC preparou uma pequena lista com algumas regras básicas para ficar longe de problemas no Facebook.


O que você não deve fazer:


...não aceitar amizades de pessoas de quem não deveria aceitar


Adicionar como amigo? Pense antes de clicar em “confirmar”. A jurada britânica Joanne Frail não pensou. Ela disse que foi por empatia que procurou pelo Facebook Jamie Stewart, ré num processo sobre tráfico de drogas e que depois se tornou sua “amiga” na rede.


O contato entre ambas chegou ao conhecimento da Justiça e menos de um ano depois Frail estava de volta a um julgamento, desta vez como ré por desrespeito às regras da Justiça.


Esta está longe de ser a primeira vez em que um britânico sofre as consequências de ter escolhido os amigos errados na rede. Nathan Singh, um carcereiro de uma penitenciária em Leicester, no centro da Inglaterra, foi demitido após a descoberta de que presos cumprindo pena em seu local de trabalho estavam entre seus amigos de Facebook.


Mas escolhas erradas nem sempre são tão óbvias. Charlotte Fielder, que nasceu sem uma das mãos, ficou amiga pelo Facebook de homens que diziam ter perdido membros do corpo, mas que eram de um grupo de pessoas atraídas sexualmente por amputados.


Posteriormente, Fielder descobriu que suas fotos haviam sido copiadas e postadas em um site pornográfico, acompanhadas de comentários obscenos.


...reclamar de seu chefe/cliente/eleitor


Isso pode parecer óbvio, mas esse problema é surpreendentemente comum.
Uma mulher, identificada apenas como Lindsay, recentemente declarou em seu perfil no Facebook: “Meu Deus, como odeio meu trabalho!”, seguido de ataques pessoais ao seu chefe.


Foi apenas uma questão de horas até ela ser lembrada de que o chefe estava entre seus “amigos”. Ele teria postado uma resposta dizendo a ela que não precisava ir trabalhar no dia seguinte e que receberia a carta de demissão pelo correio.


Um grupo de 13 comissários de bordo da companhia aérea britânica Virgin também foi demitido após chamar seus passageiros de “chavs” (gíria britânica para jovens, geralmente de classe baixa, com comportamento antissocial), além de dizer que os aviões da empresa estavam cheios de baratas e tinham que ter seus motores trocados quatro vezes ao ano.


Políticos, em particular, parecem inclinados a cair nessa armadilha. Por mais fortes que sejam suas convicções, não é recomendável levar suas posições políticas para o lado pessoal, como aprendeu o galês Joe Lock.


No ano passado, quando era candidato à Assembleia do País de Gales, ele postou um link no Facebook para um grupo chamado Is Margaret Thatcher Dead Yet? (Margaret Thatcher já morreu?), com o comentário: “Não vai demorar muito, cruzemos os dedos”.


O Partido Conservador (do qual a ex-premiê, que governou entre 1979 e 1990, faz parte) classificou os comentários de “ofensivos” e “inaceitáveis para qualquer um que esteja se candidatando a um cargo eletivo”. Lock foi obrigado a se desculpar publicamente.


Um candidato conservador a vereador no condado de Kent, no sul da Inglaterra, foi obrigado a se desculpar publicamente e a renunciar à candidatura após classificar as mulheres de sua região de “vagabundas”.


Em uma discussão pelo Facebook, Payam Tamiz escreveu que queria se casar com “alguém decente”, mas que estava achando “impossível encontrar alguém com padrões morais e respeito próprio”.


...colocar fotos problemáticas na rede


A menos que você cuide bem de seus controles de privacidade no site, embaraço e vergonha são quase inevitáveis no Facebook – com poses que incomodam um pouco ao lhe mostrar com papadas no queixo àquelas nas quais aparece com olhos vermelhos e as mãos agarradas a uma garrafa de vinho em algum covil escuro.


Se John Sawers, cuja posição como chefe do serviço secreto britânico deveria sugerir alguém adepto de ficar fora dos olhos do públicos, pode cair nessa, então não estaremos todos nós em perigo?


A mulher de Sawers postou recentemente no Facebook algumas fotos de férias em família, nas quais o marido aparecia de sunga, junto com detalhes sobre seus filhos e sobre a localização de seu apartamento.


As fotos e as informações foram rapidamente apagadas, mas o desaparecimento das imagens da memória coletiva dos britânicos deve levar mais tempo.


Um vereador no País de Gales também não teve do que rir após publicar na rede fotos suas em uma festa à fantasia com o tema de um programa humorístico de TV situado na França ocupada pelos nazistas.


Sean Aspey escolheu ir à festa fantasiado de oficial nazista. A foto o levou a ser suspenso pela Câmara do condado de Porthcawl – definitivamente, não o melhor final para celebrações de um aniversário de 40 anos.


...aproveitar muito um dia em que não foi trabalhar porque estava doente


Se você só disse que estava doente para não ir trabalhar ou está realmente doente, é melhor ficar longe do Facebook.


A canadense Nathalie Blanchard, que estava em uma longa licença médica porque estava com depressão, disse ter perdido sua remuneração após sua seguradora ter encontrado no Facebook fotos dela se divertindo, viajando e em noitadas com os amigos.


Ela contestou a retirada de sua licença remunerada, argumentando que suas atividades haviam sido prescritas por seu médico como parte do tratamento contra a depressão.


Uma suíça perdeu seu emprego na seguradora Nationale Suisse após ser flagrada pelos chefes usando o Facebook, depois de ter dito a eles que não poderia trabalhar por estar com enxaqueca e ter de ficar em um quarto escuro, impossibilitada de usar o computador.


Ela argumentou que estava acessando a internet a partir de seu iPhone enquanto estava deitada em sua cama.


...conte segredos


Não é possível cochichar no Facebook para que os segredos fiquem confinados em cantos e corredores.


O governo de Israel foi um dos primeiros a se preocupar com informações sensíveis na internet após uma avaliação das páginas de seus soldados no Facebook ter revelado fotos de bases aéreas, centrais de operações e submarinos.


Após o episódio, as Forças Armadas de Israel estabeleceram novas regras, que proíbem, entre outras coisas, a publicação de fotos de pilotos ou membros de unidades especiais e qualquer coisa que mostre manobras militares específicas.


O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha também está preocupado com o problema e lançou uma campanha para pedir aos seus soldados – e também seus amigos e familiares – a não divulgar informações confidenciais.


Em um vídeo da campanha, uma mãe é vista postando no Facebook informações sobre a base de operações avançadas onde o filho serviria, e depois tomando chá com um homem mascarado e armado, numa sugestão de que estaria passando informações de maneira indesejada.


Fonte: BBC Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário